Confira 4 motivos pelo qual o preço da gasolina só aumenta em 2021
Em novembro de 2021, o preço da gasolina por litro ficou em até R$7. E a estimativa é de aumento de preço, para infelicidade de quem utiliza o carro no cotidiano. Não importa se você comprou seu carro novo de fábrica ou procurou por carros seminovos. A alta da gasolina e do diesel afeta todos os modelos.
Por isso, entenda os 4 motivos pelo qual o preço da gasolina só aumenta em 2021.
1 – Aumento da demanda
A cotação do petróleo, do qual a gasolina e o diesel são produzidos, está em alta forte desde o começo de 2021. A referência internacional é o preço de um barril do tipo Brent. Ele passou de US$ 80 no final de setembro pela primeira vez desde 2018.
Isso impacta diretamente nos derivados de petróleo, como diesel e gasolina. Isso é explicado também pela crescente demanda e restrição de oferta de petróleo.
Parte do aumento de consumo se deve pela reabertura de países que implementaram a vacinação contra a COVID-19. Isso implica em mais pessoas voltando para rotinas normais, sem isolamento social. No entanto, esse não é o único motivo.
A China está utilizando gás natural, que também é originário do petróleo, como substituto do carvão. Tudo para cumprir metas de diminuição de poluentes. Isso também aumentou o preço do barril.
Além disso, na Europa, o preço do gás natural disparou pela redução de energia renovável. Muitos parques eólicos da Europa estão produzindo menos do que o necessário por falta de vento.
Ainda mais, a retomada das atividades cotidianas em um ritmo mais rápido do que o esperado elevou o consumo de gás natural na Europa e a oferta de petróleo não aumentou junto. Por isso, a demanda pelo combustível natural cresceu. Com isso, dá para perceber que não é apenas a gasolina e o diesel que sofreram alta no preço e mais procura do que oferta.
2 – Restrição da oferta
Se a necessidade de petróleo aumentou, a oferta pelo combustível natural não acompanhou. Uma razão é da própria Organização dos Países Produtores de Petróleo (Opep), um grupo de 13 países que concentra cerca de 33% da produção global de petróleo no mundo inteiro.
Em algumas ocasiões, o grupo limita a produção para não ocorrer quedas nos preços ou até valorizar mais a cotação do barril. Isso ocorreu em 2020, quando a Opep cortou a produção por causa da COVID-19.
As atividades estão sendo retomadas e a expectativa é que a oferta seja normalizada até dezembro de 2022. No entanto, a necessidade de petróleo está crescendo em ritmo mais acelerado. Isso está contribuindo para a retomada mais rápida das atividades pela Opep.
3 – Dólar alto
A valorização do barril de petróleo tem um efeito duplo no Brasil, já que o país tem uma enorme desvalorização cambial. O preço sobe não apenas porque o petróleo fica mais caro, mas também pela alta do dólar. O preço em média está de R$5 por dólar.
Muitos fatores influenciam na alta da moeda americana, como a espera de aumento de juros nos Estados Unidos, retirada de programa de estímulos monetários e outros fatores internos do país. O Brasil não está com uma boa imagem internacional, não apenas no setor político, mas também na política ambiental. Isso afeta a decisão dos investidores internacionais em apostar no Brasil.
4 – Aumento do preço de biocombustíveis
Os biocombustíveis que também fazem parte da produção da gasolina e do diesel tiveram alta no preço. O etanol anidro é equivalente a 27% do litro da gasolina. Já o biodiesel equivale a 10% do diesel nos postos. Ambos são biocombustíveis.
O etanol anidro teve alta de quase 60% desde o começo de 2021. O aumento no preço é consequência dos efeitos climáticos adversos no Brasil. A falta de chuvas e geadas entre junho e julho de 2021 reduziram a produção de cana-de-açúcar, que é a matéria-prima do etanol anidro.
Já a soja, que é utilizada na produção do biodiesel, também encareceu. Ela acumula uma alta de 70% por conta da maior demanda e menor oferta.